A criança olhou para sua mãe e viu que da cabeça dela descia uma grossa linha de sangue e que tomava conta da face da mulher,Respingos de sangue cobriram o corpo de Sarah e na frente do pai de Sarah podia-se ainda ver o mesmo homem que conversava com ele empunhando uma arma que havia acabado de ser disparada contra a mãe de Sarah.Havia sido apenas um aviso para o pai dela.
A garota abraçou a mãe chorando desesperadamente,ela não sabia o que havia acontecido e estava assustada por causa do barulho que havia se espalhado pelo local.Tinha suas vestes e sua face toda tingida de um sangue rubro e sua mãe estava ali sentada no banco com a cabeça aberta por causa do tiro e podia-se ver o cérebro dela no local onde a bala havia explodido.O corpo de Sarah se contorceu na cama e lagrimas brotaram dos olhos da vampira mas ela não havia acordado ainda de seu desmaio e parecia que não iria acordar tão cedo.Lembranças dolorosas estava sendo cutucadas como se fossem feridas abertas dentro dela,querendo provocar sua fúria e ver até onde a garota era capaz de ir.Mas seus sonhos e lembranças não paravam por ali.
Sua memória falhava um pouco no assassinato de sua mãe por ela ser apenas uma criança mas aquilo havia marcado ela de uma força inexplicável,ver o corpo da mãe ensangüentado em sua frente e saber que ela não irá mais voltar é algo marcante até mesmo para uma criança de três anos,mas as lembranças dela agora pularam mais alguns anos.
Agora as lembranças de Sarah a levavam para uma noite em sua casa onde ela estava apenas com seu pai,ela ainda era muito nova para entender o que havia acontecido de fato com sua mãe.Ainda era uma criança e havia passado por muitas terapias com um psiquiatra,porque constantemente a garota tinha pesadelos a noite e acordava aos gritos e chorando desesperadamente e logo seu pai ia socorrer ela,mas mesmo assim ela não melhorava.A garota só conseguiu voltar ao normal algum tempo depois mas mesmo assim não havia conseguido ainda esquecer o ocorrido naquele dia no parque e mais tarde ela viria a culpar seu pai pela morte de sua mãe mas isso seria mais para frente e não neste momento dela.
Era uma noite fria e a garota estava em sua cama,devia ser por volta das duas da manha e uma forte tempestade caia na cidade e um vento forte e uivante batia contra a janela de metal do quarto da menina e fazia um forte barulho mas ela não acordava com aquilo,mesmo após alguns anos do incidente ela ainda tinha que tomar remédios para conseguir dormir.Já fazia um bom tempo que a menina não tinha pesadelos e ela já estava se acostumando a levar uma vida normal como a de qualquer outra pessoa.Fazia com que sua mãe virasse apenas uma recordação boa e não uma imagem sinistra em sua cabeça,capaz de causar medo e pavor nela.
A porta do quarto da garota se abriu e por uma pequena fresta se via uma sombra,não podia ser reconhecida e apenas um olho ali apareceu e nada mais,logo a porta se fechou e a garota ainda dormia sem se perturbar com nada ali no local.Mas logo um gritou ecoou pelo local,um grito alto e carregado de pavor,a garota acabara de ter mais um pesadelo depois de tanto tempo e nem os remédios haviam sido capazes de manter ela dormindo.Sentou-se na cama e secou com a manga de sua camisola o suor que brotava de sua testa,tinha a respiração ofegante e o coração que batia em um ritmo desenfreado por causa do susto que ela havia levado.
Não conseguia se lembrar do sonho mas sabia que tinha a ver com sua mãe e nos olhos da garota lagrimas brotaram e desceram pela face dela,deixando ela molhada e sentindo as pequenas gotas caírem sobre suas mãos que estavam em seu colo.Sarah ficou ali sentada esperando que seu pai aparecesse como sempre fazia mas ela não sabia que dessa vez ele não iria aparecer e talvez ela nunca mais o visse em sua vida,esperou como sempre mas ao ver que seu pai demorava a aparecer ela sentou-se na beira da cama e procurou suas pantufas no chão e as calçou.Caminhou lentamente até a porta que estava fechada como ela havia deixado mas estava assustada com tudo aquilo.Queria seu pai,queria sentir-se segura nos braços dele como ele sempre fizera com ela.
Sarah colocou sua pequena mão na maçaneta da porta e pode sentir o metal frio em contato com sua pele e o vento que não parava e agora raios iam caindo lá fora e provocavam fortes estrondos.Ela começava a chorar baixinho para si mesma,estava com medo e tudo ia ficando cada vez mais sinistro para ela.Era apenas uma garota de 10 anos ainda traumatizada com a perda violenta de sua mãe na sua frente e não gostava de passar por situações como a daquele dia
Forçou um pouco a maçaneta e logo a tranca cedeu e ela viu a sala toda escura,seus passos eram leves e agora não conseguia mais conter o choro e lagrimas rolavam pela sua face,acendeu a luz da sala,estava com medo e isso era evidente,queria seu pai,onde ele poderia estar?
-PAAAAAI,PAPAAAAI